quarta-feira, 29 de junho de 2011

Evidências históricas da ressurreição de Jesus Cristo – a questão dos



“O homem criou Deus para que Deus o criasse”. A frase inaudita foi proferida no primeiro dia de aula da disciplina “História da Cultura” da faculdade de Jornalismo de uma determinada universidade federal do país.
A infelicidade do professor tinha o objetivo de “quebrar alguns paradigmas existentes no subconsciente de cada um”. Sendo assim, livres das amarras religiosas, repassadas tradicionalmente de geração a geração, pensava, todos estariam aptos para discutir qualquer assunto.
Ele acabara de afirmar que “Deus nada mais é que um subterfúgio para os fatos que não podemos explicar na vida” (como a morte, por exemplo,) e que nós O aceitávamos por falta de algo, digamos, “mais racional”.
Naquele momento, senti que seria um semestre desafiador. E como foi. Logo me denuncie como cristão evangélico e, em seguida, mais uma abençoada surgia para formar o coreto (na verdade, apenas um dueto – este, as vezes, é mais um problema que deve ser combatido e Jesus adverte: Mas qualquer que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai, que está nos céus (Mateus 10:33).
O meio universitário (acadêmico em geral) é, sem dúvida, um dos lugares mais difíceis para se levar a mensagem do evangelho. Isto em função das inúmeras filosofias que são difundidas, sobretudo por professores que vêem Cristo apenas como mais um entre os filósofos.
Um bom exemplo disso é o livro ” O Mundo de Sofia”, quem já leu sabe do que estou falando. Felizmente, não precisamos ir muito longe para revermos esse conceito.
Jesus Cristo foi o único homem que ressuscitou. E é isso que vamos apresentar no contexto a seguir. Para o crente em Jesus, não são necessárias provas históricas/geográficas/físicas/arqueológicas/literárias…
As experiências da vida cristã são suficientes para carimbar a bíblia com um selo de autenticidade. Mas, como Deus é perfeito e quer revelar a sua verdade (que é diferente da busca incansável de Sócrates, Epicuro, Hegel, Kant, Max…pelo “real”) a todos, existem evidências de que Cristo venceu a morte capazes de satisfazer os mais céticos intelectuais.
Vamos aos fatos:
O texto a seguir é baseado no estudo do teólogo americano Josh MacDowell(1) e publicado no livro Ele Andou Entre Nós – Evidências do Jesus Histórico. Editora Candeia, 1995. O apologeta é um dos líderes da “Cruzada Estudantil e Profissional para Cristo” e já proferiu palestras para cerca de 10 milhões de estudantes em mais de 600 universidades de mais de 60 países, inclusive no Brasil.
O autor tem dezenas de livros publicados que apresentam as mais convincentes evidências para a autenticidade dos relatos dos evangelhos, abrangendo os mais diversos ramos da ciência, incluindo os citados anteriormente.
Nesse estudo, vou me cercar da questão histórica que trata da transformação dos apóstolos após a expiação de Cristo.
QUEM MORRERIA POR UMA MENTIRA
O cristianismo e os 27 livros que falam do Messias e do surgimento da igreja são baseados em relatos de pessoas que conviveram com Ele, ou que ouviram de testemunhas oculares. Em uma clássica definição para a História como ciência se diz: “conhecimento do passado baseado em testemunho”. Pois bem, o cristianismo é prova desta afirmativa.
Relatos históricos confiáveis (a enciclopédia britânica, por exemplo) dão conta de que dos dozes apóstolos de Jesus, onze morreram como mártires*, ou seja, foram torturados, açoitados e enfrentaram a morte por causa de duas coisas: 1 – a ressurreição de Jesus; e 2 – sua cresça nEle como Filho de Deus. Sendo assim, seus escritos (o Novo Testamento) e testemunhos são eficazes enquanto sua veracidade. Certo? certo!, mas vamos aos argumentos:
A reivindicação daqueles que ouvem esta conclusão seria: “muita gente já morreu por causa de uma mentira; o que isto prova? “.
É verdade, muitos são enganados e dão suas vidas por uma mentira, acreditando ser uma verdade. “Mas será que isto aconteceu com os seguidores de Jesus?. As evidências levam-nos a crer que não”. Ou você já viu alguém morrer por algo que tinha certeza ser falso.
Se os discípulos não tivessem certeza da ressurreição, eles seriam lembrados como os mais loucos de todos os tempos, especialmente pela forma como pereceram.
Se a ressurreição de Jesus fosse uma farsa, eles saberiam disso. Então, não haveria porque morrer por uma mentira.
Ao se confirmar o que tinha sido prometido pelo mestre (a ressurreição), suas vidas e testemunho passaram a refletir tal acontecimento. Diversas são as passagens bíblicas que revelam o evento, observe algumas:
“Ao qual Deus ressuscitou, rompendo os grilhões da morte, pois não era possível que fosse retido por ela”. “Ora, a este Jesus, Deus ressuscitou, do que todos nós somos testemunhas” (Atos 2:24,32).
“que foi sepultado; que foi ressuscitado ao terceiro dia, segundo as Escrituras;que apareceu a Cefas, e depois aos doze; depois apareceu a mais de quinhentos irmãos duma vez, dos quais vive ainda a maior parte, mas alguns já dormiram; depois apareceu a Tiago, então a todos os apóstolos; e por derradeiro de todos apareceu também a mim, como a um abortivo. Pois eu sou o menor dos apóstolos, que nem sou digno de ser chamado apóstolo, porque persegui a igreja de Deus” (I Cor. 15: 4-9).
“Nós somos testemunhas de tudo quanto fez, tanto na terra dos judeus como em Jerusalém; ao qual mataram, pendurando-o num madeiro. A este ressuscitou Deus ao terceiro dia e lhe concedeu que se manifestasse, não a todo povo, mas às testemunhas que Deus antes ordenara; a nós, que comemos e bebemos juntamente com ele depois que ressurgiu dentre os mortos” (Atos 10:39-41).
Outras: Lucas 24:48; Atos 5:32; Atos 26:16; Lucas 15:27; I Coríntios 15: 15; Atos 1:8; Atos 13:31; I João 1:2; Atos 3:15; Atos 22:15; Atos 4:33; Atos 23:11.
Ver para morrer
Contudo, antes que a igreja começasse a tomar corpo através dos testemunhos e da vida dos seguidores – igreja esta que chegou até nós em função disso – os próprios apóstolos tiveram que ser irrefutavelmente convencidos do milagre da ressurreição.
Um parêntese: A palavra milagre pode parecer um pouco desanimadora para quem está a procura de fatos históricos, a questão é que o cristianismo e, sobretudo, a Bíblia Sagrada, são sustentados por este acontecimento.
Se retirarmos os milagres registrados na Bíblia – este livro que sobreviveu “milagrosamente” após anos de perseguição, e o verdadeiro estudioso secular sabe disso – ela se tornaria apenas mais um livro histórico que remonta coisas do passado e, com certeza, não teria tanta importância para a humanidade.
Pois bem, este livro nos mostra que os seguidores de Jesus voltaram às suas atividades anteriores após observarem que o mestre não vencera a morte como prometera. O sonho havia acabado. O Messias que fazia milagres não pôde salvar-se a si mesmo.

Em uma de suas narrativas, o evangelista João mostra claramente que os discípulos voltaram à vida peculiar de antes, em vista do fracasso daquele que havia sido crucificado:
“Depois disto manifestou-se Jesus outra vez aos discípulos junto do mar de Tiberíades; e manifestou-se deste modo: Estavam juntos Simão Pedro, Tomé, chamado Dídimo, Natanael, que era de Caná da Galiléia, os filhos de Zebedeu, e outros dois dos seus discípulos. Disse-lhes Simão Pedro: Vou pescar. Responderam-lhe: Nós também vamos contigo. Saíram e entraram no barco; e naquela noite nada apanharam. Mas ao romper da manhã, Jesus se apresentou na praia; todavia os discípulos não sabiam que era ele. Disse-lhes, pois, Jesus: Filhos, não tendes nada que comer? Responderam-lhe: Não. Disse-lhes ele: Lançai a rede à direita do barco, e achareis. Lançaram-na, pois, e já não a podiam puxar por causa da grande quantidade de peixes. Então aquele discípulo a quem Jesus amava disse a Pedro: Senhor. Quando, pois, Simão Pedro ouviu que era o Senhor, cingiu-se com a túnica, porque estava despido, e lançou-se ao mar; mas os outros discípulos vieram no barquinho, puxando a rede com os peixes, porque não estavam distantes da terra senão cerca de duzentos côvados. Ora, ao saltarem em terra, viram ali brasas, e um peixe posto em cima delas, e pão. Disse-lhes Jesus: Trazei alguns dos peixes que agora apanhastes. Entrou Simão Pedro no barco e puxou a rede para terra, cheia de cento e cinqüenta e três grandes peixes; e, apesar de serem tantos, não se rompeu a rede. Disse-lhes Jesus: Vinde, comei. Nenhum dos discípulos ousava perguntar-lhe: Quem és tu? sabendo que era o Senhor. Chegou Jesus, tomou o pão e deu-lho, e semelhantemente o peixe. Foi esta a terceira vez que Jesus se manifestou aos seus discípulos, depois de ter ressurgido dentre os mortos” (Jo. 21: 1-14).
Interessante é observar este fato: Mesmo com todos os sinais presenciados nos últimos três anos, as palavras da ressurreição não foram levadas a sério. O fato é que “Nisto, todos o deixaram e fugiram”, como escreveu Marcos (Mc. 15:50).
Mais a frente discutiremos o interesse dos discípulos enquanto estavam com o Messias.
O importante, agora, é notarmos que as dúvidas dos apóstolos teriam que ser totalmente dissipadas. Somente assim é possível uma explicação sustentável para o desfecho de suas vidas.
Tomé, por exemplo, precisou tocar nas mãos machucadas pelos pregos para crer. Todos conhecem a história (e até o ditado). “Ele foi enganado? Ele perdeu a vida para mostrar que não”.
E Pedro, observe: “Ele negou Jesus várias vezes durante o julgamento deste e finalmente desertou. Mas alguma coisa aconteceu com o covarde. Pouco tempo depois da crucificação e sepultamento de Jesus, Pedro apareceu em Jerusalém, embora ameaçado de morte, pregando ousadamente que Jesus era o Cristo e havia ressuscitado.
Pedro foi finalmente crucificado de cabeça para baixo. Será que ele foi enganado? O que o transformou tão drasticamente num leão corajoso para Jesus? Porque estava, agora, disposto a morrer por Ele? A única explicação que me satisfaz é I Coríntios 15:5 – “E apareceu a Cefas (Pedro)” (Jo. 1:42).
Um outro exemplo ainda mais evidente de alguém convencido contra a sua vontade foi o de Tiago, o irmão de Jesus ( (Mat. 13:55; Mc 6:3). Mesmo não tendo pertencido aos doze primeiros apóstolos originais, ele, assim como Paulo e Barnabé, passou a ter o mesmo título.
Mac Dowell comenta que deve ter sido humilhante para Tiago e seus irmãos verem um membro de sua casa falando e fazendo coisas estranhas (“eu sou o o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem a mim” – Jo. 10:14, “Eu sou a videira, vós os ramos” – Jo. 15: 5, entre muitas outras), ridicularizando o nome da família.
Acompanhando este raciocínio, fica fácil entender porque nenhum dos outros filhos Maria seguira Jesus enquanto este esteve ministrando.
Mas algo muito estranho aconteceu com Tiago pouco tempo depois da crucificação. Ele se tornou um dos mais obstinados pregadores que o mundo já viu e liderou a igreja em Jerusalém anunciando o inacreditável: “Jesus morreu por causa dos pecados, havia ressuscitado, e estava vivo”.
Na Bíblia, a epístolas que escreveu diz na introdução: “Tiago, servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo, seu irmão”.
O fim de Tiago é descrito pelo maior historiador judeu, que nasceu poucos anos após a morte de Cristo, Josefo: Ele foi morto como mártir, apedrejado pelo sumo sacerdote Ananias. A explicação para tudo isso está em I Coríntios 15:7 – “Depois disto, foi visto por Tiago”.
“Se a ressurreição fosse uma mentira, os apóstolos sabiam disso. Estariam eles perpetuando um embuste colossal? Essa possibilidade é inconsistente sobre o que sabemos sobre suas vidas. Eles condenavam pessoalmente a mentira e salientavam a honestidade. ”
Impostores ou convencidos – o que dizem as autoridades
A conduta destemida dos apóstolos imediatamente depois de convencidos da ressurreição torna improvável que tudo não passasse de uma fraude.

Os seguidores de Jesus não podiam ter enfrentado a tortura e a morte a não ser que estivessem convencidos da ressurreição dEle. “Seria difícil explicar como nenhum se acovardou diante da pressão, se fossem realmente embusteiros”.
O reitor da St. John’s College, de Nottingham, apresenta que a ressurreição foi uma crença que transformou os seguidores abatidos de um rabino crucificado em testemunhas corajosas e mártires da primeira igreja. Esta foi uma crença que separou os seguidores de Jesus dos judeus e os transformou na comunidade da ressurreição. Era possível prendê-los, açoitá-los e matá-los, mas ninguém conseguia fazê-los negar a sua convicção de que ‘no terceiro dia Ele ressuscitou’.(PaGE.IBR, Prefácio do Editor).
O filósofo francês Pascal também escreve sobre o assunto:
A afirmação de que os apóstolos eram impostores é absolutamente absurda. Vamos a acusação até a sua conclusão lógica: Imaginemos doze homens de reunindo após a morte de Jesus Cristo e entrando numa conspiração para dizer que Ele ressuscitou. Isto teria constituído um ataque tanto sobre as autoridades civis como religiosas. O coração do homem é estranhamente dado à volubilidade e mudança; ele é arrastado por promessas, tentado por coisas materiais. Se qualquer desses homens tivesse cedido à tentações tão sedutoras, ou se submetido aos argumentos mais fortes da prisão (ou ) tortura, todos estariam perdidos (Citado em GIR.EP 187).
Sobre a morte de Pedro, o erudito inglês Herbert Workman registrou:
“Pedro, como dissera o Senhor, foi ‘cingido’ por outrem e ‘levado’ para morrer, ao longo da Via Aureliana, até um lugar junto aos jardins de Nero no monte Vaticano, onde tanto de seus irmãos já haviam sofrido morte cruel. A seu pedido, ele foi crucificado de cabeça para baixo, por julgar-se indigno de sofrer como o seu mestre” (WoH.MEC 18-19).
Segundo a enciclopédia britânica, Orígenes também registra a crucificação de Pedro de cabeça para baixo.
Por sua vez, o professor e especialista em extrair a verdade de uma testemunha e determinar se ela estava ou não mentido, Dr. Simon Greenleaf, ex-professor Régio de Direito da Universidade de Harvard e autor de uma série de três volumes sobre leis de evidência legal, observou que:
“Os anais da guerra militar têm poucos exemplos de constância heróica, paciência e coragem persistente. Eles tinham todos os motivos possíveis para revisar cuidadosamente as bases da sua fé e as evidências dos grandes fatos e verdades que afirmavam” (GrS.ET 29).

DE QUE VALE UM MESSIAS MORTO?


Como dissemos no início, muitas pessoas morrem por uma boa causa. Veja o exemplo do estudante em San Diego que pôs fogo em seu corpo e queimou até morrer em protesto conta a guerra do Vietnã.
Na década de 60, o mundo ficou pasmo com as tochas humanas de monges budistas que morreram para chamar a atenção do mundo para o Sudoeste da Ásia. Recentemente, inúmeros muçulmanos detonaram seus corpos em nome de Alá e da libertação da Palestina.
Todos, de certa forma, tinham em uma boa desculpa para morrer, mas a boa causa dos apóstolos acabara de derramar todo o seu sangue numa cruz.
Depois de três anos de peregrinação e sinais miraculosos acontecendo diariamente diante de seus olhos, confirmando o que havia sido escrito pelos profetas do passado, eles estavam convencidos de que Jesus iria estabelecer o reino de Deus e reinar sobre o povo de Israel. A morte do Messias jamais passara por suas mentes, apesar de não compreenderem os ensaios de Jesus sobre a sua redenção
Contudo, precisamos entender o que significava o “reino de Deus” para os judeus naquela ocasião. Centenas de livros e filmes apócrifo sobre a vida de Jesus e seus seguidores apresentam um cenário sustentado por desejos nacionalistas. Um grupo de homens que viam nos sinais praticados pelo Cristo uma saída para os anos de escravidão romana.
Afora os exageros e as viagens alucinógenas presentes em muitas produções, como as que são vistas no infame “A última Tentação de Cristo”, de Scorsese, há um fundo de razão em algumas especulações, sobretudo no que diz respeito a confiança depositada em Jesus como aquele que estabeleceria a vitória judaica.
Mesmo atraindo multidões, “a vida e os ensinamentos de Jesus estavam em enorme conflito com a especulação messiânica judia daqueles dias. Desde a infância, o judeu era ensinado que quando o messias chegasse ele seria um líder político de personalidade forte e vigorosa. Ele libertaria os judeus do cativeiro e restauraria Israel ao seu lugar de direito. Um messias sofredor estava completamente fora das cogitações judias sobre o messiado”.
Acompanhe o que diz o ex-professor de Teologia Bíblica no Seminário de Union, em Nova Iorque, E.F. Scott, sobre o cenário histórico nos dias de Jesus:
Aqueles eram dias de intensa agitação. Os líderes religiosos achavam quase impossível restringir o ardor do povo, que aguardava em todo o lugar pelo aparecimento do Salvador prometido. Esta disposição de expectativa tinha sido, sem dúvida, aumentada pelos eventos da história recente.
Por mais de uma geração, os romanos estavam reprimindo a liberdade dos judeus e suas medidas de repressão haviam estimulado o espírito de patriotismo, no sentido de uma vida mais ardente. O sonho de um livramento milagroso e deum rei messiânico que iria efetuar essa libertação, assumia um novo significado naquele momento crítico; mais isso em si não era novidade nenhuma. Por trás do fermento, do qual temos evidências nos evangelhos, podemos distinguir um longo período de crescente expectativa.
Para o público em geral, o Messias permanecia o que fora para Isaías e seus contemporâneos – o Filho de Davi que traria vitória e prosperidade à nação judia. À luz das referências dos evangelhos, não se pode praticamente duvidar de que o conceito popular sobre o Messias era principalmente nacional e político. (ScEF.KM 55).
A Enciclopédia Judaica reforça esta idéia quando diz que os judeus “ansiavam pelo salvador prometido da Casa de Davi que os libertaria do jugo do odiado usurpador estrangeiro, poria fim ao ímpio reinado romano e estabeleceria seu próprio reino de paz e justiça em lugar dele”.
De posse desse crença, os apóstolos não concebiam o destino obscuro preposto pelo próprio libertador: “e disse-lhes: É necessário que o Filho do homem padeça muitas coisas, que seja rejeitado pelos anciãos, pelos principais sacerdotes e escribas, que seja morto, e que ao terceiro dia ressuscite” (Lucas 9:22)
Para o teólogo escocês A.B. Bruce, parece “ter havido uma esperança de que a sua visão das coisas fosse muito sombria, e a sua preocupação não tivesse fundamento… um Cristo crucificado era um escândalo e uma contradição para os apóstolos; assim como continuou sendo para a maioria do povo judeu depois de o Senhor ter ascendido à glória” (BrA.TT 177).
É possível perceber, claramente, em algumas atitudes dos apóstolos, registradas no Novo Testamento, que eles esperam um Jesus que governasse como um rei.
Em certa ocasião, contada em Marcos 10:32-38, quando Jesus se referia a sua condenação em Jerusalém, os irmãos Tiago e João, mesmo se entender aquilo, lhe pediram para prometer que no seu reino eles se sentariam à sua direita e à sua esquerda (37).
A atitude é mais uma prova de que eles esperavam um governante político, e não um messias crucificado. Outra passagem, Lucas 18:31-34, também revela que a cruz era algo inconcebível para eles.
“Em vista de seu ambiente e treinamento, eles criam que participavam de uma coisa boa. Mas veio, então, o Calvário. Todas as suas esperanças foram por água abaixo. Eles voltaram para casa profundamente desanimados”(p.139).
O Dr. George Eldon Ladd, professor do Novo Testamento no Seminário Teológico Fuller, escreve:
Também por isto os discípulos o abandonaram quando foi preso. A mente deles estava tão completamente imbuída com a idéia de um Messias vencedor cujo papel era subjugar os inimigos que, quando o viram lacerado e sangrando sob os açoites, um prisioneiro indefeso nas mãos de Pilatos, e quando o viram ser levado embora, pregado numa cruz, para morrer como um criminoso comum, todas as esperanças messiânicas quanto a Jesus desmoronaram.
Um fato psicológico verdadeiro é que ouvimos somente aquilo que estamos preparados para ouvir. As predições de Jesus quanto ao seu sofrimento e morte caíram em ouvidos moucos. Os discípulos, apesar de advertidos, não estavam preparados para isso” (LaGE.IBR 38)
“Mas, felizmente, mais uma vez podemos dizer: algumas semanas depois da crucificação, em absoluto contrate com as suas dúvidas anteriores, eles foram vistos exatamente em Jerusalém proclamando Jesus como Salvador e Senhor, o Messias de Deus.”
Mac Dowell comenta: “A única explicação plausível para esta mudança é I Coríntios 15:5 – “(Ele) apareceu…aos doze”. De que outro modo os discípulos desanimados poderiam se dispor a sofrer e morrer por um Messias crucificado? Ele certamente ‘se apresentou vivo, com muitas provas incontestáveis, aparecendo-lhes durante quarenta dias’ (Atos 1.3)
É verdade, muitos morreram por uma boa causa, mas, para os apóstolos, a boa causa propriamente dita morrera na cruz. Só a sua ressurreição é resultante contato com seus seguidores os convenceria de que Jesus era o Messias. Eles testificaram quanto a isto, não só com os seus lábios e suas vidas, mas também com a sua morte”
* Como morreram:
1 .Pedro – crucificado
2. André – crucificado
3. Mateus – pela espada
4. João – morte natural
5. Tiago, filho de Alfeu, – crucificado
6. Filipe – crucificado
7. Simão – crucificado
8. Tadeu – morte a flechadas
9. Tiago – irmão de Jesus – apedrejada
10. Tomé – traspassado com uma lança
11. Bartolomeu – crucificado
12. Tiago, filho de Zebedeu – pela espada

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(1) – MacDowell, Josh. Ele Andou Entre Nós – Evidências do Jesus Histórico. Editora Candeia, 1995
Citações presentes no livro:
(GIR.EP 187) – Gleason, Robert W., ed. The Essential Pascal Trad. G.F. Pullen. Nova Iorque. Mentor-Omega Books, 1966.
(WoH.MEC 18-19) – Workman, Herbert B. The Martys of the Early Church. Londres: Charles H. Kelly, 1913.
(GrS.ET 29) – Greeleaf, Simon. An Examination of the Testimony of the Four Evangelists by the Rules of Evidence Administered in the Courts of Justice. Nova Iorque: J. Cockroft & Co., 1874. Ed. reimprensa. Grand Rapids: Baker Book House, 1965.
(ScEF.KM 55) – Scott, Ernest Findlay. Kinfdom and the Messiah. Edimburgo: T&T. Clark, 1911.
(BrA.TT 177) – Bruce, A.B. The Training of the Twelve. Reimpressão do Original de 1984. Grand Lapids: Kregel Publications, 1917.
(LaGE.IBR 38) – Ladd, George Eldon. I bilieve in the Resurrection of the Jesus. Grand Rapids: William B. Eerdmans Publishing Co., 1975. Prefácio do Editor por Michael Green. Lake, Kirsopp. The Historical Evidence of the Ressurection of the Jesus Christ. Nova Ioque : G.P. Putnam’sSons, 1907.

Os textos entre aspas sem referências, citados no estudo, são citações do livro
Outros livros famosos do autor:

_Evidências que Exigem um Veredito
_Mais que um Carpinteiro
_O Fator Ressurreição
_Respostas Àquelas Perguntas – o que os céticos perguntam sobre a fé cristã
_Razões para os Céticos Considerarem o Cristianismo
Todos os livro estão disponíveis pela Editora Candeia

Por Gevan Oliveira

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